terça-feira, 30 de outubro de 2007

te amo

desarrumar guarda-roupa, encher a mala, encaixotar as coisas, guardar as lembranças e dizer até mais. de 10 fiquei 4 ou 5. meses que sai de casa, que resolvi virar gente grande e que na verdade não sei bem se quero ser...kkk...
acreditei que era longe de casa que me afirmaria e começaria a dar passos largos. não precisava de nada disso, é perto da mamãe e das coisas de sempre que vou dar esses primeiros passos. a força vai vir da comida da mamãe, as roupas as que a mamãe mais gostar e tudo mais que ela gostar.
amor da minha vida, isso é o que ela é. mas nem tudo são doces. vou deixar um outro amor. não vou vê-lo todos os dias, não vou ouvir suas besteiras todos os dias, não vou sentar no sofá para coçar sua cabeça, não vou brigar por ele ficar vomitando depois de comer, não vou fazer suco de laranja pra ele tomar quando chegar do trabalho. não vou fazer mais nada disso, mas vou continuar a rir de suas besteiras, vou pensar sempre nele em momentos felizes, vou chorar quando sentir saudade, vou xingá-lo quando olhar suas fotos e vou continuar lhe jurando amor eterno.
estou voltando pra casa e deixando uma parte da história mais loca e real que vivi. não quero mais escrever e me desmanchar de chora pensando que agora volto a não ter pra quem correr todos os dias logo cedo e contar besteiras que esqueci de conta na noite anterior como faço há cinco anos.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

não é meu!!!

ESSAS COISAS DO SEXO
(Patrícia Evans)

Perdoa, que eu não vivi essas coisas do sexo.
Não sei de orgias nem das festas de Baco
Não sei das curvas de outra mulher,
de outro odor, seja forte ou fraco,
não sei da umidade de outra vagina
não sei de dois homens em mim,
mais que um único pênis tocando meus sentidos.
Não, infelizmente eu não tive estes prazeres,
das garotas de programas,
dos chicotes, ecstasy, menáge, swing.
Desculpe, eu não conheço tais camas,
nem tive a sorte de ter tal coragem.
Não apanhei de algum cinto,
não me dependuraram no teto,
nem mesmo me encheram de drogas,
eu nunca vi imagens sem nexo,
nem disse palavras abusivas
enquanto me chamavam de put a,
ou enquanto me espancavam em surra
em busca de um prazer masoquista.
Ah, pobre de mim, eu nunca quebrei os tabus
de gozar em quem sequer conheço,
de provar dúzias diferentes de nus,
de ser revirada por dez ao avêsso,
de ser transbordada por diferentes espermas,
ter casais entre as minhas pernas
e não saber nem de seus nomes,
onde moram, o que vestem, o que comem.
Não me enfiaram alfinetes,
não me fizeram joguete,
eu nunca provei um orgasmo
tendo platéia adorando,
nunca terminei com aplausos,
jamais tropecei em homens exaustos
estirados pelo tapete da sala
embriagados de álcool,
ardendo todos buracos.
Apenas sussurrei "eu te amo",
sorvi o gozo de um único homem,
finquei as unhas em um único corpo,
rasguei tão poucas camisas
em resposta a um toque singular.
Eu apenas decorei seus sinais,
suas dobras e cicatrizes,
só conheci os seus carnavais,
apenas os seus deslizes,
seus gemidos, os seus muitos ais.
Que pena, eu só soube ser gueixa
do desejo de somente um
e de um irresistível "deixa..."
De costas, de lado, de frente,
acima, abaixo, por entre
eu fui o que quisera que fosse,
dama, vadia, animal e humana,
mundana, cretina, fatal e doce.
Mas sempre somente sua...
Apenas na sua frente, nua...

Não somos sequer um reflexo
do desejo de cada um, o torpor.
Bem,
eu ainda posso aprender o sexo
mas quem lhe ensinará o amor?
muito perfeito ta...será que um dia eu...!!!